Recursos energéticos distribuídos devem atingir 17% do consumo

Recursos Energéticos Distribuídos são  tecnologias de geração ou de armazenamento de energia elétrica localizadas próximas das unidades consumidoras

O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2029), produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que a contribuição energética dos chamados Recursos Energéticos Distribuídos (RED) deve chegar a 17% do consumo de eletricidade até 2029.

Dentro deste cenário, considerando a energia total, a autoprodução sairia de 5,1 milhões de tep (2019) para 7,2 milhões de tep (2029) e a eficiência energética dos atuais 1,6 milhão de tep (2019) para 21,1 milhões de tep (2029), representando as duas maiores contribuições inseridas no conceito Recursos Energéticos Distribuídos.

Tep são toneladas equivalentes de petróleo e é a unidade primordial de energia para apresentação dos balanços energéticos para uma comparação entre diferentes recursos energéticos.

O que são recursos energéticos distribuídos?

De acordo com a EPE, os chamados recursos energéticos distribuídos são tecnologias de geração, armazenamento de energia elétrica e, redução do consumo localizados em uma  área de determinada concessionária de distribuição, normalmente próximas das unidades consumidoras.

São considerados recursos energéticos distribuídos: eficiência energética; micro e a minigeração distribuídas, autoprodução de energia (não injetada) e energia solar térmica.

A  evolução desses recursos no sistema elétrico vai demandar novas práticas de planejamento da expansão e operação do sistema de geração de energia bem como das redes elétricas. Dessa forma, a ampliação dos RED impõem desafios, principalmente com relação aos benefícios associados à integração ao sistema energético.

Do ponto de vista do consumidor, os RED permitem uma maior participação na geração e gestão do consumo da sua própria energia.

Eficiência energética é um dos principais recursos energéticos distribuídos

Eficiência energética significa usar menos energia para fornecer o mesmo serviço, podendo atuar tanto no lado da oferta como da demanda. Do lado da demanda, os programas de eficiência energética dão maior ênfase à redução do consumo de energia durante um longo período, de forma a envolver mudanças de hábitos e comportamentos dos consumidores, segundo a Fundação Getulio Vargas Energia (FGV Energia).

A EPE estima que em 2029, os ganhos de eficiência energética possam contribuir com o atendimento de cerca de 21 milhões de tep, ou seja, aproximadamente 8% do consumo final energético brasileiro observado no ano de 2018.

Os setores que terão contribuição para os ganhos de eficiência energética, em 2029, são: indústria (47%), transportes (41%), serviços (6%), residencial (3%) e agropecuário (2%).

Em relação aos ganhos de eficiência no consumo de eletricidade, a EPE projeta cerca de 40 TWh em 2029, ou seja, aproximadamente 5% do consumo total.

Micro e minigeração distribuída

Ao longo dos anos, os sistemas de micro e minigeração distribuída têm crescido no país e há elevado potencial de  evolução para os próximos dez anos. Segundo a EPE, os sistemas de geração distribuída podem passar de 1 GW, em 2019, para 11,4 GW  em 2029. Serão 1,3 milhão de consumidores dos sistemas de micro ou minigeração distribuída, que exigirão quase R$ 50 bilhões em investimentos ao longo do período.

A geração de energia solar pelo sistema de GD deve se destacar dentre as demais fontes, devido à perspectiva de custo decrescente e difusão da tecnologia entre a sociedade, bem como sua capilaridade.

Atualmente, o elevado potencial de fontes renováveis no país, a qualidade dos recursos energéticos nacionais, o alto valor das tarifas de eletricidade para os consumidores e o modelo de compensação de créditos favorecem o crescimento da geração de energia via GD.

No Brasil, há dois processos de revisão de regulamentação com impactos sobre a Geração Distribuída que estão sendo promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Um deles é a Resolução 482/2012, que trata do sistema de compensação de energia. O outro é sobre o modelo tarifário da baixa tensão, o que afeta todos os consumidores atendidos nessa tensão, mas também tem impactos nos micro e minigeradores.

A EPE defende que a adequada cobrança pelo uso da rede dos micro e minigeradores passa pela definição de uma tarifa binômia com medição de demanda para os consumidores.” Portanto, a aplicação da tarifa binômia é um passo importante para a adequada sinalização econômica aos micro e minigeradores”, diz o relatório.

Autoprodução não injetada

A autoprodução é quando o consumidor decide produzir sua própria energia. Uma das alternativas é a chamada cogeração de energia, que atua a partir da produção combinada de energia térmica e elétrica, com melhor aproveitamento do conteúdo energético do combustível, muitas vezes a partir de resíduos do processo de produção de uma indústria específica.

A EPE projeta que a geração distribuída de grande porte pode reduzir o consumo na rede em um total de 85 TWh em 2029, ou cerca de 10% do consumo de energia elétrica, instalada em indústrias, com, por exemplo, produção siderúrgica, celulose e papel, petroquímica, refino, produção de açúcar e álcool, entre outras.

Energia solar térmica

Esta modalidade de geração de energia é uma forma adicional de aproveitamento da energia solar. De acordo com a EPE, a energia solar é convertida em energia térmica pela absorção da radiação solar e na transferência, sob forma de calor, para um elemento que fornecerá determinado serviço energético. Geralmente, a energia solar térmica é direcionada para o aquecimento de água em edificações e em processos produtivos na indústria.

SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Inventada técnica para reciclar roupas de algodão. Disponível em: https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=sustentabilidade-moda-tecnica-reciclar-roupas-algodao&id=010125200826#.X0Zn-oDPxhE. Acesso em: 26 ago. 2020.