Bioeconomia na Amazônia é tema de discussão

Para especialista, investimento privado requer, antes, plano do governo que traga segurança jurídica e controles do desmatamento, de contrabando, do tráfico de armas e de grilagem.

Não adianta o governo desenvolver uma política para a Amazônia se o setor privado não investir, afirma o presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa. Para que isso ocorra, diz, é preciso ter segurança jurídica, regras claras, controle do desmatamento, das práticas ilegais, do contrabando, do tráfico de armas, da grilagem.

“Tudo isso é uma política que o governo tem de fazer, mas sem a participação da iniciativa privada fica difícil”, diz Barbosa. Ele defende que as empresas descubram maneiras de produzir na região. Cita, por exemplo, a Natura, que utiliza produtos da floresta para fazer cosméticos, mas não tem fábrica lá.

Nesta segunda-feira, a revista Interesse Nacional, editada por Barbosa há 13 anos, trará sua primeira edição especial, com mais de 50 páginas com artigos voltados à bioeconomia e várias propostas já apresentadas ao governo. A publicação foi feita em parceria com o Instituto Escolhas.

O vice-presidente Hamilton Mourão, em um dos artigos, afirma que o “governo brasileiro retoma a formulação de uma política de Estado para a Amazônia Legal guiado pela convicção de que a economia e a sustentabilidade precisam avançar juntas”. Segundo Mourão, que também é chefe do Conselho da Amazônia, a tríplice hélice entre governo, empresas e universidades poderá ser o motor de propulsão da bioeconomia e demais empreendimentos que visem à produção de bens e serviços a partir do uso responsável da biodiversidade amazônica.

Biodiversidade

Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e ex-governador do Espírito Santo, cita em artigo que o Brasil, país com maior biodiversidade do mundo e com 66% de seu território coberto por mata nativa, “é uma mina de ouro para o desenvolvimento sustentável”.

Segundo ele, “cabe a nós, sem levar a discussão para o lado ideológico, saber transformar essa potencialidade em oportunidades de gerar empregos, produtos de valor agregado, com origem ambientalmente correta, procedência e qualidade, que trarão divisas ao País e levarão renda a comunidades afastadas dos grandes centros”.

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Bioeconomia, Alexis Fonteyne, reforça que a bioeconomia pode viabilizar o desenvolvimento sustentável, que alia o setor produtivo à preservação do meio ambiente.

TERRA. Bioeconomia na Amazônia é tema de discussão. Disponível em: https://www.terra.com.br/economia/bioeconomia-na-amazonia-e-tema-de-discussao,5de4d07a222a449c0667878471533e8313h1o8t1.html. Acesso em: 27 jul. 2020.